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Blog Vestindo Histórias

O que aprendemos nessa edição: Reflexões e melhorias em movimento

  • 2 de out.
  • 3 min de leitura

Quando começamos a elaborar o projeto Vestindo Histórias, tínhamos muitas ideias, mas ainda não sabíamos até que ponto elas seriam viáveis ou realmente funcionariam. Ao montar o cronograma de aulas, surgiram inúmeras dúvidas: qual caminho seguir, o que era essencial comunicar e ensinar, quais imagens e referências trazer para o processo, entre tantas outras questões.


Em seguida, veio outro desafio: como articular aulas presenciais e online de forma que dialogassem entre si e, ao mesmo tempo, fossem acessíveis a qualquer pessoa interessada, tivesse ela habilidades manuais ou não, por exemplo. 


Foram dias de reflexão, ajustes e reorganizações. Mergulhamos em materiais de estudo para compreender as conexões necessárias entre os conteúdos, revisamos arquivos pessoais de trabalhos e reestruturamos referências. Só assim chegamos à clareza de tudo que seria gravado e de tudo que faria parte da experiência presencial.


Quando finalmente as aulas começaram, o projeto ganhou vida de uma forma que não poderíamos prever apenas no planejamento. Cada encontro, seja presencial ou online, trouxe novas descobertas, diálogos e caminhos possíveis.


Na execução foram muitas realizações e também muitos aprendizados. O aprendizado de gravar aulas densas em conteúdo e imagens, que muitas vezes precisavam ser regravadas para alcançar a qualidade desejada. O de compreender quem era o público presente nas aulas presenciais e quais eram as dinâmicas culturais mais comuns em cada cidade por onde passávamos. Alguns ajustes no caminho foram inevitáveis para garantir melhor aproveitamento e, consequentemente, resultados mais consistentes.


Os alunos chegaram com olhares diversos, experiências únicas e perguntas que nos desafiaram a repensar continuamente os conteúdos. O que parecia estar fechado no papel foi se abrindo em camadas, revelando outras formas de ensinar e de aprender.


O mais bonito foi perceber que o curso não se limitava à transmissão de técnicas ou referências: ele se transformou em um espaço de trocas, onde memórias, histórias pessoais e narrativas visuais se entrelaçaram. Assim, entendemos que Vestindo Histórias é menos sobre ensinar um percurso pronto e mais sobre construir, juntos, uma forma singular de vestir ideias em cena.


Muitos alunos compartilharam, ao final da semana de aulas, como a experiência mudou a forma de olhar para todos os corpos (sobretudo os sub-representados nas referências visuais que nos cercam), de repensar a própria estrutura de trabalho como figurinistas, com suas delícias e dificuldades, e até de se enxergar de maneira diferente. Esse movimento interno abriu também novas formas de olhar para o mundo, ampliando horizontes e sensibilidades.


Uma parte muito importante de dar sequência ao projeto, semana a semana, cidade a cidade, foi perceber não apenas os pontos positivos, mas também o que precisa ser ajustado para as próximas edições. Por exemplo, uma ideia para o futuro é, em um aspecto central da criação de figurino, possibilitar que os alunos tenham trocas mais profundas com a história, extraindo informações mais detalhadas sobre os personagens e permitindo um maior aprofundamento desses corpos. E também já mapeamos muitos outros ajustes que acontecerão nas próximas edições.


Foi muito bonito ver o projeto ganhando forma, se transformando de acordo com as necessidades e curiosidades de cada aluno. A educação tem um papel fundamental na sociedade: a possibilidade de modificar, mesmo que levemente, a vida de alguém e de mostrar que é possível construir, passo a passo, um futuro mais conectado com a criatividade que existe em cada pessoa é emocionante. E, junto a isso, pensar no impacto de uma formação de figurino tão completa, com um olhar atento e cuidadoso aos corpos e às narrativas que estão sendo construídas dentro e fora da sala de aula, é ainda mais inspirador. Tudo isso só aumentou a vontade de estudar ainda mais e levar o curso para muitos outros lugares, especialmente aqueles com maior dificuldade de acesso.


Como relatou uma aluna pra gente: Minha experiência foi incrível. Aprendi muito acerca da escuta para que as minhas/nossas entregas possam ser legítimas e mais reais possíveis. Entendi o quão é importante observar os corpos para depois vesti-los, afinal a roupa, o figurino diz muito sobre o personagem e sua narrativa dentro da produção. Percebi que muitas vezes sequer notamos a quantidade de profissionais envolvidos para que o resultado final encante o público. Poderia falar muito mais aqui, mas encerro dizendo que o curso foi além da minha expectativa, desejo que ele tenha continuidade e atenda muito mais pessoas pelo Brasil.”


Com isso, encerramos esta etapa do curso com o coração quentinho e a vontade de levar ainda mais conhecimento e novas formas de questionar o mundo para todo o Brasil!

 
 
 

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